Análise: Vasco vive momento desastroso com derrota humilhante e gestão questionável
O Vasco enfrenta uma situação crítica após uma goleada constrangedora, expondo falhas que vão desde a diretoria até o desempenho em campo.


Com um elenco cheio de deficiências, o clube completa 11 dias sem técnico titular, mantendo Felipe como interino – mesmo sem o diretor ter demonstrado capacidade para assumir o cargo. Além disso, a postura inexplicável dos jogadores em campo só agrava a crise, deixando a torcida indignada com a falta de solidez no projeto.
Vasco vive noite histórica de humilhação e atinge novo fundo do poço em 2025
Em uma das piores exibições de sua história, o Vasco foi completamente dominado pelo modesto Puerto Cabello, 5º colocado do Campeonato Venezuelano, e sofreu uma vexatória derrota por 4 a 1 nesta quarta-feira. O time, sem reação do início ao fim, confirmou que a crise na temporada só piora – e que, nesta temporada, o pior desempenho pode sempre ser superado por outro ainda mais catastrófico. O placar elástico escancara falhas em todos os setores, deixando claro que a situação exige mudanças urgentes.
Presidência do Vasco é a grande responsável por fracasso histórico
O desastre do Vasco tem um principal culpado: a gestão de Pedrinho. Após duas janelas de transferências mal planejadas, que resultaram em um elenco frágil e cheio de deficiências, o presidente ainda prolongou indecisamente as negociações com Fernando Diniz, perdendo tempo em um momento que exigia ação imediata. Enquanto o clube afunda em crise, a falta de direção e planejamento começa no topo, deixando claro que a reconstrução do time passa, antes de tudo, por uma mudança na liderança.
Vasco vive crise institucional: diretoria perde tempo e time afunda em campo
Em entrevista no último sábado, o presidente Pedrinho afirmou que acionou Fernando Diniz "assim que desligou" Fábio Carille. Onze dias depois, porém, o clube ainda não fechou com o técnico – e o preço da demora já aparece em campo: um empate fraco contra o Operário, derrota para o Palmeiras e a vexatória goleada para o Puerto Cabello, time modesto do futebol venezuelano.
Indignado após o 4 a 1 na Venezuela, o atacante Vegetti cobrou reação: "Espero que isso sirva para começarmos a crescer. Que a diretoria entenda a urgência de trazer um treinador".
Sob o comando improvisado do diretor-técnico Felipe, o Vasco teve sua pior atuação em uma temporada repleta de falhas. Ironia cruel: o Puerto Cabello, que havia perdido por 1 a 0 em São Januário, mostrou mais organização como visitante do que o time carioca como mandante no jogo de volta. A crise é generalizada, mas a solução parece depender, antes de tudo, de decisões que a diretoria insiste em não tomar.


Vasco decepciona mais uma vez e mostra futebol impotente na Sul-Americana
O único momento de perigo criado pelo Vasco resultou em gol da forma mais previsível possível: cruzamento de Lucas Piton na área e finalização de João Victor. Fora isso, o time foi completamente inofensivo durante os 90 minutos regulamentares e acréscimos, sem conseguir ameaçar nem mesmo o time mais frágil do Grupo G da Sul-Americana.
Enquanto outras equipes brasileiras costumam justificar fracassos na competição com fatores atípicos – como altitude, expulsões ou muitos desfalques –, o Vasco não teve desculpas. A derrota foi fruto apenas de um desempenho apático e sem ideias, mais um capítulo vergonhoso em sua recente história de desorganização.
Vasco sofre vexame na Venezuela sem justificativas: elenco completo, estádio normal e atitude inexistente
O Vasco viveu mais uma noite vergonhosa na Sul-Americana, desta vez sem qualquer fator externo para servir de atenuante. Com apenas um desfalque no time titular (um zagueiro), sem expulsões e jogando em um estádio sem altitude ou pressão da torcida, o time foi dominado do início ao fim. Nem mesmo a entrada de Coutinho e Vegetti - poupados no jogo anterior contra o Palmeiras - fez diferença.
A filosofia de "postura inegociável", tão defendida pelo presidente Pedrinho, desapareceu completamente em solo venezuelano. O técnico interino Felipe tornou-se parte do problema: sua equipe foi superada desde o primeiro apito e, mesmo sem fazer alterações no intervalo, assistiu passivamente ao time sofrer três gols em 20 minutos na etapa final.
Em coletiva pós-jogo, o interino usou 13 vezes a expressão "erros individuais" e 12 vezes a palavra "atitude", tentando transferir toda a responsabilidade para os jogadores. No entanto, sua incapacidade de reagir taticamente durante a partida mostra que a crise no Vasco é generalizada - da diretoria ao banco de reservas.


Elenco do Vasco falha de forma coletiva em novo vexame na temporada
Os jogadores do Vasco estão longe de serem vítimas nesta crise. A atitude dos 16 atletas que entraram em campo no estádio Misael Delgado foi inexplicável - mais uma vez, erros individuais básicos condenaram o time à derrota.
Hugo Moura repetiu falhas que já custaram gols anteriores, enquanto Mateus Carvalho, Paulo Henrique, Lucas Piton, Luiz Gustavo, Léo Jardim e Coutinho completaram um desfile de atuações abaixo do aceitável. O próprio Vegetti admitiu após o jogo: "A culpa é nossa". Rayan foi o menos ruim entre os titulares, enquanto Nuno Moreira, que entrou no segundo tempo, mostrou mais iniciativa (com três finalizações) que todos os companheiros juntos.
O fracasso na Venezuela coloca em risco o plano do Vasco de liderar seu grupo na Sul-Americana - objetivo que evitaria um playoff contra um time rebaixado da Libertadores. A crise se aprofunda: com sete jogos sem vencer, a equipe segue direto para Salvador, onde enfrenta o Vitória no próximo sábado pelo Brasileirão. A temporada, que já era ruim, atinge novos patamares de desorganização.
Como foi o jogo
O Vasco teve uma atuação patética no primeiro tempo em Valencia, na Venezuela. Sem Nuno Moreira, responsável por lampejos técnicos nos jogos mais recentes, Felipe povoou o meio de campo e apostou na posse de bola e troca de passes. Mas nada disso ocorreu. O Vasco foi um time com muita dificuldade de controlar o jogo, erros bobos e dominado.
Como não tinha pontas, Vegetti era obrigado a sair da área para receber a bola e, como de costume nessas circunstâncias, contribuiu muito pouco, sem conseguir dar sequência às jogadas. Ele é o atacante de último toque - o penúltimo ou antepenúltimo não é com ele, já que normalmente a bola para no pé de um adversário. A primeira finalização do Vasco saiu só aos 20 minutos, justamente com o centroavante: uma cabeçada que o goleiro Luis Romero defendeu sem sustos.
A dupla Hugo Moura e Mateus Cocão não se entendeu no primeiro tempo e protagonizou o lance deprimente que abriu o placar da partida: Cocão errou passe de dois metros na frente da área, e Hugo cometeu o pênalti derrubando Meza. A sorte do Vasco é que ao menos uma bola levantada na área encontrou João Victor, que cabeceou para fazer seu segundo gol na carreira e empatar a partida. O time comandado por Felipe foi para o intervalo no lucro.
O segundo tempo reservou um show de horrores ainda maior. A equipe venezuelana se deu conta que forçar o Vasco a errar era o caminho mais curto para vitória, apostou na estratégia e decidiu a partida em apenas 19 minutos.
O Vasco conseguiu a proeza de sofrer gol de cabeça de um jogador de 1,59m de altura num lance em que Lucas Piton não conseguiu dar conta do baixinho Padrón na dividida e Léo Jardim hesitou na saída de bola. Em seguida, mais dois vacilos (com João Victor, Paulo Henrique e Hugo Moura envolvidos) na saída resultaram no terceiro e no quarto gols do Puerto Cabello.